Justiça de Serra Negra oficializa campanha para denúncia de violência doméstica
A campanha Sinal Vermelho, criada durante a pandemia de covid-19 para oferecer um canal alternativo e silencioso de denúncia às vítimas de violência doméstica, chegou oficialmente ao município de Serra Negra. A oficialização aconteceu na quinta-feira, 29 de outubro.
Com um “X” vermelho desenhado na palma de uma das mãos, as vítimas já podem contar com o apoio de farmácias, cujos atendentes, ao verem o sinal, imediatamente acionam as autoridades policiais e informam sobre a violência doméstica.
Responsável pela articulação e lançamento na localidade, a juíza Juliana Finati, da 1ª Vara, reuniu apoiadores da rede de enfrentamento em solenidade marcada pela dos termos de adesão da Prefeitura pelo procurador do Município Atílio Siloto, que representou o prefeito, e pelo farmacêutico José Dallari Guirelli, em nome da rede de farmácias.
“A ideia é trazer mais um mecanismo para que as mulheres possam denunciar seus agressores. Por conta do confinamento social, o número de mulheres agredidas aumentou, mas os registros diminuíram. Então, chegou-se à conclusão de que era necessário mobilizar mais entes da sociedade para que a mulher possa denunciar. E essa campanha veio com esse intuito”, explicou a magistrada.
Seguindo todas as orientações das autoridades da Saúde, como uso de máscaras e distanciamento social, também compareceram ao lançamento de forma presencial o juiz da 2ª Vara da Infância e Juventude, Carlos Eduardo Silos de Araújo, e o comandante da Guarda Civil Metropolitana, Marcelo Boccatto. E acompanharam virtualmente, por meio da plataforma Microsoft Teams, o promotor de Justiça Gustavo Pozzebon, o delegado de Polícia Rodrigo Cantadori e a presidente da Ordem dos Advogados do Brasil local, Viviane Catezani.

Subnotificação
A subnotificação de violência durante a pandemia é uma realidade que o juiz Carlos de Araújo viu se consolidar em sua atuação frente à Vara da Infância e Juventude e, por isso, elogiou a iniciativa.
“Quero parabenizar e agradecer a todos pela iniciativa. Efetivamente, com o isolamento social, tivemos esse problema com as mulheres, como nós temos na Vara da Infância com as crianças e adolescentes, porque estão deixando de ir às escolas, que identificavam casos de violência. Essa é uma ideia muito inteligente e criativa, uma vez que essa troca de sinal pode salvar uma vida. Quero parabenizá-los, pois estão na linha de frente ajudando essas pessoas, e também a todos que estão colaborando”, frisou.
Segundo a juíza Juliana Finati, a campanha teve grande adesão das autoridades no município, a exemplo da Polícia Militar que disponibilizou uma linha telefônica exclusiva para atender os farmacêuticos que fizerem o atendimento das mulheres que procurarem ajuda.
Texto e imagem: Apamagis